sexta-feira, 31 de março de 2017

Temos de permitir que Deus se manifeste através de nós

Confúcio, 31 de Março de 2005

EU SOU Confúcio e vim através desta Mensageira.
Vim fazer-vos uma exortação sobre a ciência da Sabedoria Divina. Muitas centenas de anos passaram-se desde o tempo da minha última encarnação na Terra. Estou feliz por ter esta oportunidade de dar o meu Ensinamento novamente a uma audiência interessada.
É sempre mais valioso ouvir os Ensinamentos em primeira mão, do que ter de confiar na interpretação feita por pessoas que pensam ter alcançado um grande nível de conhecimento da Verdade, quando frequentemente essas pessoas encontram-se apenas no sopé da montanha da Sabedoria Divina e ainda demasiado centradas no ego, o que as desvia da direção certa.
Acredito que isso não vai acontecer com os que leem estas linhas. Vocês serão capazes de desviarem-se, por algum tempo, da ilusão que vos rodeia e de concentrarem-se sobre as verdades intemporais que não estão limitadas ao vosso tempo, ao vosso país ou ao vosso ambiente.
Tentem concentrar-se nos batimentos do vosso coração. Ouçam a vossa respiração. Inspirem. Expirem.
A forma como o vosso coração e os vossos pulmões funcionam, não é, de modo algum, determinada pelo país onde vivem, nem pelas ocupações da vossa vida. O mesmo pode ser dito sobre a Verdade Divina. Ela existe por si própria e não depende da vossa consciência nem dos vossos pensamentos.
Então, qual é o sentido da vida, se este mundo pode perfeitamente passar sem vocês? Já alguma vez se colocaram essa pergunta a si mesmos? Alguma vez vocês perguntaram-se sobre o propósito da vossa existência?
Creio que essa pergunta já vos terá ocorrido pelo menos uma vez.
Para muitas pessoas, esta questão surge de forma tão persistente e com tanta frequência que, para elas, literalmente, a busca do sentido da vida transformou-se no verdadeiro sentido da vida. Estão certos, meus amados, é uma tarefa digna – tentar compreender porque vivem e porque existe tudo o que vos rodeia.
Quando vim na minha última encarnação, eu estava obcecado por essa questão. Havia dias em que nem tinha tempo para mim. Pois tentava continuamente responder a essa pergunta.
Era um crente e aderi ao sistema de explicação do mundo que era aceite na sociedade em que me inseria. Foi então que percebi que esse sistema havia sido criado por pessoas que eram semelhantes a mim. Conforme fui crescendo, comecei a entender que eu não era perfeito e que alguns dos meus pensamentos eram imperfeitos, mesmo antes de formulá-los. Porque seria eu imperfeito? E porque razão não era capaz de superar essa minha imperfeição, apesar de todos os meus esforços?
Estas perguntas ser-vos-ão familiares? Já se colocaram perguntas semelhantes?
Com o decorrer do tempo, a resposta a esta questão tornou-se a base do sistema de ensino que eu transmitia a quem queria ser meu discípulo.
Tornou-se claro que, dentro de mim, havia uma parte maior e mais perfeita de mim mesmo. Podia falar com ela. No entanto, percebi também que havia uma outra parte de mim que impedia que o meu Eu Superior se manifestasse. Era Eu e não algo fora de mim.
Acreditava que Eu e todos os seres vivos tínhamos sido creados à imagem da Divindade que creou este mundo e cuja posição no universo era muito superior à nossa. Estamos ligados a Ele e formamos uma unidade indissolúvel com Ele. Entendi que, assim como eu tenho o meu eu inferior e o meu Eu Superior, o Creador do Universo também tem os seus próprios Eu Superior e Inferior. E o seu Eu inferior nada mais é do que o meu eu em encarnação. O Eu Inferior de Deus corresponde à encarnação do universo e a todos os seres que o habitam. Todos nós representamos o Creador encarnado.
E Ele vive em nós, Ele cria e conhece através de nós. Ele aprende e desenvolve-se através de nós e através de cada uma das criaturas vivas.
Todos nós formamos as Suas células, os seus vasos sanguíneos, o Seu corpo. Estamos ligados a Ele e a cada ser criado. Tudo e todos os fenómenos ilusórios dos mundos materiais que nos convencem de que estamos separados Dele e dos outros seres têm de ser superados.
Portanto, ensinei e continuo a ensinar apenas uma coisa. Convido cada um a trabalhar sobre aquelas partes que o impedem de unir-se ao Creador. Trabalhem sobre aquelas partes que vos separam do estado da unidade integral com Deus Creador e com Atma, o vosso Eu Superior, partícula desse Ser maior. O nome com que O designam é perfeitamente irrelevante.
Não podem fazer o trabalho dos outros, nem podem pedir a ninguém que realize o vosso, ou melhor, podem, mas só à força.
No entanto, ao olharmos para a história, veremos que toda ela é composta de eventos em que algumas pessoas quiseram forçar outras a obedecer às suas ordens. Por esta razão, este mundo tem vivido desde sempre mergulhado em guerras e injustiças. E a sua base tem sido sempre a mesma: o desejo de um indivíduo ou grupo de querer forçar os outros a fazerem as coisas à sua própria maneira.
Assim, voltamos a falar das nossas próprias imperfeições.
Quando era jovem, acreditava realmente que poderia inspirar o mundo a mudar apenas com a ajuda do meu exemplo pessoal e por meio de minha convicção. Despendi um grande esforço e energia tentando influenciar o modo como as pessoas deviam agir e comportar-se. Fiquei esgotado de tentar persuadir as pessoas a agirem da forma que eu acreditava ser a mais razoável.
Então, comecei a agir em conjunto com as pessoas que aceitaram o meu sistema de persuasão. No entanto, continuava esgotado. Acreditem, quando vos digo que perdi muita da minha força ao tentar persuadir as pessoas a ouvirem-me, a perceberem que o seu modo de vida não estava certo e que deviam mudar.
Anos passaram-se, décadas passaram-se, mas a situação no mundo permaneceu a mesma, independentemente dos meus esforços e tentativas. Qual seria o motivo disso?
Eu era apenas um minúsculo grão de areia, uma pequena célula no organismo do universo que estava a tentar convencer o universo inteiro a viver segundo as minhas leis.
No final, muitas décadas depois, percebi que a única pessoa na Terra que impedia o meu sucesso era eu mesmo. O motivo estava na minha vaidade excessiva e no meu excesso de confiança em pensar que conhecia toda a Verdade e que seria capaz de ensiná-la aos outros. A minha personalidade externa tentou fazer que todo o universo obedecesse à minha lei, em vez de ser Eu a obedecer à lei que rege este universo.
Então, percebi a verdade básica. E devo dizer que valeu a pena empenhar uma vida inteira para  compreendê-la.
É inútil e completamente sem sentido tentarmos criar e aplicar as nossas próprias leis ao mundo em que vivemos. Desde o momento em que nascemos, devemos obedecer, isso sim, à Lei que rege o nosso universo e constitui a sua base. Esta Lei afirma que devemos abandonar o desejo de manifestarmos o nosso ego na vida e em vez disso, devemos fazer o nosso melhor para permitir que Deus e o plano Divino se manifestem através de nós, através do nosso Eu Superior. Só então conseguiremos restabelecer a nossa unidade temporariamente perdida. Então seremos capazes de participar na realização do plano Divino para este universo. Esta é a tarefa e o trabalho que cada um deve cumprir. Não há ninguém no universo que possa fazê-lo por vocês. É por isso que esta tarefa deve passar a ser a mais importante e o objectivo central da vossa existência.
Estou a transmitir-vos o fruto do meu pensamento durante a minha vida terrena. Mas não posso obrigar-vos a segui-lo. Ninguém pode. Devem fazê-lo vós mesmos. Ninguém de fora o poderá fazer por vós.
E agora deixo-vos. Espero ter conseguido orientar o vosso pensamento na direção certa.
EU SOU Confúcio.

Mensagem da webpage: www.sirius-eng.net
Tradução de: José Caldas in Palavras de Sabedoria, Tomo I, pág.139, Publicações Maitreya
Revisão de: Anandi Dhuni



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